Seria um pecado a igreja ou um líder pastoral apenas apontar a crise e dizer que vai orar pela pessoa que sofre num casamento complicado. Fé sem obras é morta (veja Tg 2.14-17). A igreja precisa oferecer diversas formas de ajuda para esse casal. As três principais são:
1. Grupos familiares, um contexto onde a pessoa abusada pode experimentar um lugar seguro, um ambiente familiar saudável e aprender, se não sabe ainda, como relacionar-se de forma sadia.
2. Grupos de apoio compostos especificamente de pessoas com problemas que não conseguem resolver. Aqui ela encontra companheiros de jugo, um lugar onde pode ser realmente honesta, transparente e autêntica em seus altos e baixos, e um contexto no qual tratar seus próprios problemas emocionais. (Veja meus livros Aprofundando a Cura Interior através de Grupos de Apoio, Volumes 1 e 2, Editora Sepal. Veja também o livro de Débora, Vítima, Sobrevivente, Vencedor. Perspectivas sobre Abuso Sexual, Editora Sepal, que orienta como montar um grupo de apoio para vítimas de abuso.)
3. Casais apoiadores. Estudos feitos nos Estados Unidos demonstram que a porcentagem de divórcios caiu de forma marcante e visível não apenas em uma igreja, mas em cidades inteiras, onde casais saudáveis e capacitados adotaram e acompanharam casais com dificuldades.
A igreja precisa acordar, erguer-se e ser eficaz em resgatar casamentos em crise. Precisamos parar de oferecer apenas “curativos” para pessoas que sofrem de câncer no seu casamento, e dar apoio, esperança e formas práticas para que elas passem de vítimas a sobreviventes e vencedoras. Quando um cristão se divorcia do seu cônjuge, de alguma forma muito profunda, está comunicando que falhou na relação mais fundamental de sua vida. Mas ele não falhou sozinho. A igreja precisa reconhecer que também falhou ao não dar o apoio, o conselho e a ajuda necessários.
Quando uma pessoa decide violar consciente e abertamente o ensino bíblico, os passos de confronto e disciplina em Mateus 18.15-17 devem ser seguidos. Como podemos dizer que levamos o casamento a sério se passamos a mão na cabeça de pessoas que optam em, explicitamente, desobedecer o ensino bíblico nesta área? Em nome de enxergá-las como vítimas, coitadas, doloridas, feridas e não sei quantas outras coisas, apoiaremos a desobediência explícita à Palavra de Deus? Se fizermos isso, abandonamos tanto o amor verdadeiro, como a autoridade das Escrituras. Desafio a igreja a erguer-se, tanto no consolo, aconselhamento e apoio verdadeiro, como em defender o ensino e a prática da visão bíblica do casamento.
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