POR QUE CASAMENTOS DÃO CERTO E OUTROS NÃO?
Muitas
pessoas acham que casamento é igual loteria. Alguns acertam e
muitos outros não. Não há uma regra de êxito na vida conjugal.
. A verdade é exatamente o
contrário. Casamento é fruto de investimento pessoal, de trabalho, de vontade
de dar certo. Não é aventura, não é programa com adrenalina, quando você fica a
cada dia se perguntando o que vai acontecer. Tudo começa com um
compromisso. O casamento é um compromisso de várias facetas: 1) um
compromisso com Deus –
diante de Deus eu afirmo o meu propósito de lutar para ter o melhor casamento
possível. 2) um compromisso com o cônjuge – eu prometo à pessoa que coloco ao meu
lado que vou lutar para que tudo dê certo, mesmo que tenha de abrir mão de
muitas coisas, de “engolir sapos”, recalcar temporariamente as minhas razões.
3) um compromisso comigo mesmo – pois eu dependo do sucesso desta
união para ser feliz, e tenho sob minha responsabilidade o fazer a felicidade
da pessoa amada. 4) um compromisso legal – ser feliz no casamento, fazê-lo dar
certo, não depende do papel assinado no cartório, mas passa por ele, pois com a
proteção da lei eu dou tranquilidade ao cônjuge, aos filhos desta
Às vezes o casamento não se desfaz, mas depois de anos e anos de
convivência ele está no mesmo estágio dos primeiros dias. Não houve crescimento
dos cônjuges, não houve adaptação, não houve mudanças. Um dos erros mais
frequentes é querer que o outro se adapte a nós. Esperam que o cônjuge venha
mudar para se “enquadrar”. Isto acontece porque estas pessoas se colocam
no centro do mundo, e todos os demais devem girar em torno deles, de suas
necessidades ou o pior de seus sonhos, ou então foram aqueles que durante o
namoro e noivado viram os problemas de seu cônjuge e disseram: quando casar eu
conserto. Quando não dá certo, porque é obvio que não vai dar certo, têm
uma incrível capacidade de se desculpar e de culpar o mundo. Por isso, são
pessoas desajustadas não somente na união conjugal, mas em qualquer esfera de
relacionamento.
Em especial, o casamento exige dos cônjuges adaptação, perder
algumas coisas, ser enriquecido e enriquecer. Costumo pedir sempre aos noivos
quando no aconselhamento pré-nupcial, no último dia, que eles olhem as mãos
deles mesmos e me digam o que estão vendo. Normalmente, ninguém consegue
responder o que desejo. Então, eu afirmo: eu vejo o futuro de vocês.
Construirão com estas mãos, como também poderão destrui-lo. Se não se
conscientizarem que depende somente deles e de mais ninguém não chegarão muito
longe. Há gente que procura o pastor para aconselhamento pensando que o
pastor poderá resolver o problema. Ou pede orações, como se oração fosse
um passe que exorcizasse a situação, mas nada faz, nada decide. Deus não fará
aquilo que você tem que fazer em seu lar. Em outro contexto, o Senhor disse a
Paulo: Paulo, duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. Podemos aplicar
estas palavras no contexto do lar, para lembrar que há coisas que Deus faz, há
coisas que eu preciso fazer, e há coisas que os dois cônjuges precisam fazer
para que haja uma mudança significativa no casamento.
Precisamos corrigir alguns equívocos que alguns cometem em seu
relacionamento conjugal.
O primeiro é a espiritualização do problema. A
pessoa se recusa a enxergar o problema e espiritualiza a questão. Joga a
responsabilidade para Deus. “Vamos orar, somos crentes”. Crentes casam tão mal
quanto não crentes. Gente bem e mal casada há em todas as religiões. É bom ter
uma autoridade espiritual comum sobre os dois, mas isto não garante um casamento
bem sucedido. Se assim fosse, as pessoas religiosas seriam pessoas felizes em
seus matrimônios. O que acontece é que a pessoa não sabe como agir e diz que
entregou a Deus. Deveria ter entregado a Deus antes, no início, antes de dar
bem ou mal. Mas o fato é que muitos usam Deus e a visão espiritual como
paliativos. Via de regra, a fé é terapêutica. Deveria ser profilática. Em vez
de remediar, deveria preparar a pessoa para escolher bem, com valores corretos,
posições maduras. Mas muitas pessoas usam Deus como pretexto para o que não
sabe fazer. Entrega a Deus ou depende de Deus. É bom depender de Deus, mas é
oportuno lembrar que Deus nos deu liberdade, inteligência, sensibilidade,
espiritualidade para quebrantar-nos e corrigir-nos. Paremos de ver Deus como
aquele que só aparece para quebrar nossos galhos. Felizmente ele os quebra,
muitas vezes. Mas seria melhor que não os criássemos. Devíamos ser mais
maduros.
O segundo equívoco consiste em presumir que o sucesso de
um casamento depende de nível econômico ou cultural. Um casamento bem sucedido
não depende de quanto se tem ou de quanto se conhece. Não são as circunstâncias
externas que fazem um casamento dar certo. Conheço gente pobre e gente rica
tanto feliz quanto infeliz no casamento. E gente semi-analfabeta e gente douta
também feliz e infeliz no casamento. “Ah, quem sabe se nossa situação
financeira melhorar nós nos entenderemos melhor!” Ledo engano. O problema está
no coração de cada um e nas expectativas que cada um levou para o casamento.
Não são os outros que farão o seu casamento dar certo e crescer, mas sim vocês
dois.
Adaptado.
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